terça-feira, 30 de agosto de 2011

Lucky Dube


Lucky Dube - Lucky Philip Dube (pronuncia-se doo-bay) foi um cantor de reggae sul-africano.
Gravou 22 álbuns em zulu, inglês e africâner em um período de vinte e cinco anos de carreira e foi o artista sul-africano que mais vendeu disco na história do reggae.
Dube foi assassinado em Rosettenville, subúrbio de Johannesburgo, na noite de 18 de outubro de 2007

Lucky Dube



Lucky Dube - Lucky Philip Dube (pronuncia-se doo-bay) foi um cantor de reggae sul-africano.
Gravou 22 álbuns em zulu, inglês e africâner em um período de vinte e cinco anos de carreira e foi o artista sul-africano que mais vendeu disco na história do reggae.
Dube foi assassinado em Rosettenville, subúrbio de Johannesburgo, na noite de 18 de outubro de 2007

segunda-feira, 29 de agosto de 2011


 



Divulgação
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No dia 11 de maio de 1981, Bob Marley morreu em um hospital em Miami, nos Estados Unidos, com apenas 36 anos de idade.
Sua obra, no entanto, continua sendo ouvida e influenciando os trabalhos de inúmeros artistas em todo o planeta.
Marley foi um dos responsáveis pelo surgimento do reggae, ritmo originário da Jamaica e consolidado naquele país durante os anos 60 e início dos 70.
Sua carreira foi ganhando visibilidade aos poucos. Um momento chave foi a sua contratação no início dos anos 70 pela Island Records, gravadora sediada na Inglaterra e criada pelo jamaicano Chris Blackwell.
Em 1973, ele lançou o hoje antológico álbum Catch a Fire. Dois anos depois, a gravação ao vivo de No Woman No Cry , faixa do álbum Live!, impulsionou a fama de Marley pelos quatro cantos do mundo.

Impacto social e Ambental : Matheus Ramos

Dickya distachya.
Os Impactos Sociais e Ambientais


A construção de hidrelétricas e conseqüentemente suas barragens e lagos causam
diversos impactos sociais e ambientais negativos. As populações são atingidas direta e
concretamente através do alagamento de suas propriedades, casas, áreas produtivas e até
cidades. Existem também os impactos indiretos como perdas de laços comunitários,
separação de comunidades e famílias, destruição de igrejas, capelas e inundação de locais
sagrados para comunidades indígenas e tradicionais.
Na área ambiental o principal impacto costuma ser o alagamento de importantes áreas
florestais e o desaparecimento do habitat dos animais. Muitas vezes a hidrelétrica é
construída em áreas onde se concentram os últimos remanescentes florestais da região,
desmatando e inundando espécies ameaçadas de extinção. Recentemente, no caso da
hidrelétrica de Barra Grande, construída no Rio Pelotas, divisa de Santa Catarina com o
Rio Grande do Sul, houve a primeira extinção consentida, pelos órgãos ambientais
responsáveis, de uma espécie vegetal. O lago inundou para sempre o habitat natural das
últimas populações da bromélia
Mesmo quando os Estudos de Impacto Ambiental são realizados de forma correta,
apontando os verdadeiros impactos gerados por uma hidrelétrica, na maioria das vezes as
ações de mitigação desses impactos não chegam a compensar de fato os efeitos negativos.
Além disso, cada rio tem características únicas, espécies da fauna e flora próprias, vazões
e ciclos particulares. Cada rio tem também diferentes populações morando em seu
entorno, com realidades econômicas e sociais variadas.
Por esses motivos os efeitos variam de acordo com cada rio e cada vez mais é importante
que se faça a avaliação integrada do rio e da bacia, para que se tenha a noção dos efeitos
cumulativos de várias hidrelétricas, mas principalmente para que se possa planejar a
quantidade e o modelo de hidrelétricas em cada rio, levando em conta a conservação
ambiental e a manutenção da qualidade de vida da população.

IMPACTOS SOCIAIS *
Ninguém sabe dizer, com precisão, quantas pessoas foram deslocadas até hoje por
barragens. Fala-se que forma entre 40 e 80 milhões.
Mas os deslocados não são os únicos a serem atingidos. Este é um grave problema das
estatísticas de atingidos por barragens. A maioria dos levantamentos realizados pelos
governos e/ou empresas consideram como atingidos pelos projetos, apenas aquelas
pessoas que são deslocadas por causa do enchimento do reservatório e que possuem o
2
título de propriedade. Assim, muitas pessoas, famílias e comunidades são deixados de
lado:
·
A população a montante (acima) e a jusante (abaixo) da barragem.
·
assalariados da área inundada.
Os posseiros, parceiros, meeiros, arrendatários, agregados e trabalhadores
·
as linhas de transmissão, a casa de máquinas, etc).
As pessoas deslocadas por causa de outras partes do projeto (como por exemplo,
·
casas.
As famílias que perdem suas terras ou parte delas, mas que permanecem com suas
·
frutos, vegetais e madeiras.
As pessoas que utilizam as terras comuns para pastagem do gado, colheita de
·
função da destruição e alagamento de estradas.
As pessoas que têm seu acesso a escolas, hospitais e comércio obstruído em
·
como por exemplo, professoras de escolas inundadas, caminhoneiros que
transportavam a população, etc.
Em cada rio, em cada bacia, em cada região as culturas, os valores, as atividades
econômicas e os modos de vida, assim como as experiências de luta e organização são
diferentes. Por isso, os efeitos sociais das barragens podem variar muito de um lugar para
outro. Apesar disso, é possível e necessário apresentar os principais impactos sociais,
econômicos e culturais que costumam acontecer.                                                                                        Ass: Matheus Ramos .As pessoas cujas atividades econômicas dependiam da população deslocada,

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Impacto Social : Matheus Ramos


Avaliação de Impacto Social representa a mensuração do real valor de um investimento social, tendo como fundamento a promoção de políticas públicas já existentes para o desenvolvimento social e econômico de uma região.Tradicionalmente, as avaliações realizadas na área social têm se limitado ao aspecto financeiro das intervenções, não se preocupando em mensurar seus benefícios econômicos e impactos sociais. Mais do que isso, a Avaliação de Impacto Social consiste na correlação de três níveis de análise (financeira, econômica e social) dos investimentos realizados nos diferentes projetos e programas sociais. Essas análises tomam como base a relação existente entre a oferta e demanda para a adoção de produtos sociais por públicos–adotantes específicos e seus respectivos impactos na sociedade.          

Aumento de Impacto Social

Em 2008, o Centro de Competência para Empreendedores Sociais, uma parceria pioneira entre a Ashoka e McKinsey&Company, lançou o Programa de Planejamento para Ganho de Escala (PPGE).
Com base na experiência adquirida por meio do desenvolvimento de diversas iniciativas de apoio ao setor cidadão, como o Prêmio Empreendedor Social Ashoka-McKinsey, esse programa tem como objetivo incentivar empreendedores sociais da rede da Ashoka a pensarem no aumento do impacto social e ganho de escala do seu trabalho e suas organizações por meio do desenvolvimento de um Planejamento Estratégico.
Durante o Programa, estruturado em 5 etapas presenciais, as organizações participantes são orientadas por equipes de consultores voluntários da McKinsey&Company a refletirem sobre seu contexto interno e externo, identificar oportunidades de aumento de impacto social e desenvolver um Planejamento Estratégico que irá guiá-las na implementação de estratégias de crescimento sustentável para os próximos cinco anos
Ao final desse processo de mais de oito meses de trabalho as organizações participantes são convidadas a compartilhar suas estratégias sustentáveis para aumento de impacto em um Painel de apresentação com a presença de potenciais investidores, especialistas do setor cidadão e representantes do setor privado.
     Assinado:Matheus Ramos                                                                                    

digo m7


O Mercado do Reggae está carente!

Já não se faz mais Reggae como antigamente. Essa frase pode parecer antiga e comum, mas retrata muito bem o momento em que o cenário musical de nosso país se encontra. O Reggae virou um produto e, muito ruim em sua grande maioria. Mesmo sendo ruins, estes produtos só estão na “crista da onda”, pois tem público para consumi-lo, e o maior responsável por essa mercadoria pobre é a mídia sem escrúpulos, que faz uma tremenda “lavagem cerebral” nos ouvintes, que não têm a oportunidade de escutar o que chamamos de verdadeiro “Reggae Music”, seja roots ou não. Dessa maneira, o público é obrigado a se contentar com o que é divulgado e não pode conhecer os pioneiros doritmo de jah.
Artistas como U Roy, que iniciou animando os bailes como DJ de sound-systems, ou também o vendedor de discos paraense, o dono de radiola Riba Macedo, que começou a tocar o reggae entre os forrós e merengues em São Luís. Sem falar nos jurássicos nacionais, Chico Evangelista, que cantou o “Reggae da Independência”, e Raimundo Sodré, famoso graças ao reggae “A Massa”. Edson Gomes na Bahia, Luís Vagner, Jualê, Walking Lions e João Terra em São Paulo, Dionorina, Ras Bernardo no subúrbio do Rio e tantos outros que eu poderia citar, os “bambas do Reggae”, estão esquecidos pelos meios de comunicação de massa.
Fora alguns que nunca nem ouvimos falar, e que infelizmente, não estão mais entre nós, mas jamais poderiam cair no esquecimento. Suas músicas representam o que há de melhor. São riquezas na qual quem viveu à época, sente a falta. Até porque o bombardeio de canções com linhas melódicas pobres e letras descaracterizadas é tão grande, que o Reggae virou um verdadeiro modismo. O que reclamo é justamente a falta de bom senso da mídia e produtores que não dão chance para convivermos com o bom gosto e o ridículo. Hoje em dia só podemos conviver com a segunda opção, fazendo com que nossas mentes se tornem vagas e aceitemos com mais facilidade coisas pobres e sem nexo.
É preciso acordar! Não vamos deixar os saudosos e verdadeiros pioneiros do Reggae Nacional no esquecimento. Chega de desgastar a imagem de Bob Marley com um mês de Tributos à esmo que promovem a contradição de seus pensamentos!
Será que só os “gringos” enxergam a nossa boa música? Se vocês repararem, em cada estilo musical há um grupo ou cantor que levantou a bandeira e representou em grande estilo a camisa desse time. Já chega de descaso. Só em nosso país, enfrentamos o descaso das autoridades na saúde, na segurança, na educação e em outras áreas que não preciso nem citar. No Reggae, nem que tenhamos que voltar a ser underground, mas ainda é tempo de mudar!

diego m7


  Hoje em dia, depois da popularização mundial do reggae, este termo passou a ser utilizado também para designar toda a produção musical da Jamaica nos últimos quarenta anos, o que ressalta a unidade musical do gênero ao longo deste tempo. Contudo, o reggae propriamente dito foi batizado em 1968, com a canção “Do the Reggay” (assim mesmo, com a grafia errada), de Toots Hibberts (foto) e os Maytals. 
   Atualmente, esse período inicial do ritmo de Jah é chamado de roots reggae(reggae de raiz) ou simplesmente roots. Embora hoje a maioria dos regueiros chame de roots qualquer reggae que não seja baseado em ritmos eletrônicos, essa classificação do estilo como pertencente a uma época específica ainda é a mais aceita e usada nas principais fontes de informação sobre o tema.
  Existem muitas versões para a origem do nome reggae, entretanto a mais aceita é a que este seria uma adaptação da palavra “ragged”, que indica uma roupa suja e rasgada ou a pessoa que a usa. O nome é uma indicação clara das origens do reggae, que nasceu nos barracões de zinco das favelas jamaicanas, em um período de intensa experimentação musical, absorvendo as contribuições do ska e do rocksteady e canalizando tudo em um novo gênero musical.


Disco da gravadora anglo-jamaicana Pama Records, de 1969, um dos primeiros a usar a palavra Reggae na capa.
  Tudo isso aconteceu também porque uma nova geração de músicos estava surgindo no final da década de 1960 e início da de 1970. Eram artistas como Aston "Familyman" Barret, Leroy "Horsemouth" Wallace, Earl "Chinna" Smith, Max Romeo, entre outros, que buscaram marcar presença alterando a interpretação do ritmo. O que eles fizeram foi dar mais importância à bateria e à guitarra na mixagem, elaborar linhas de baixo mais pulsantes e menos melódicas e cantar de forma mais áspera. Mais uma vez a situação econômica, social e cultural da ilha teve influência marcante, pois a principal mudança ocorreu nas letras, que estavam mais impacientes, menos inocentes e mais contundentes que as do rocksteady.
  As expectativas por uma vida melhor, alimentadas no calor da independência da Jamaica, não estavam se cumprindo, o êxodo rural se intensificava, o desemprego aumentava e as condições de trabalho não melhoravam. Os artistas se tornavam porta-vozes da desilusão e da raiva do povo e influíam no direcionamento destes sentimentos. O movimento religioso conhecido como rastafari também alcançou grande repercussão entre a população carente e os artistas do reggae. O forte comprometimento com a denúncia e com a transformação social, juntamente com a mensagem religiosa, se tornaram os fundamentos do reggae. Muitos artistas apareceram nessa época (veja a lista ao final do texto) e contribuíram para ampliar a força do ritmo.

  Em termos musicais, as primeiras canções que anunciaram a nova tendência foram clássicos como "People Funny Boy", de Lee Perry (foto acima), "Nanny Goat", de Larry Marshall e "No More Heartaches", dos Beltones, que aceleravam um pouco a batida do rocksteady sem chegar ao andamento frenético do ska. A canção de Perry usava efeitos sonoros como choro de bebê e garrafas se quebrando, deixando claro que os técnicos de som e produtores iriam interferir mais no resultado final do que antes. Esta tendência acabou se confirmando e desembocou no Dub.
   Muitos artistas estavam chegando do campo e traziam para a cidade uma sensibilidade diferente e uma carga cultural local mais intensa. Alguns vinham de comunidades com forte influência da cultura rural, que ainda ouviam bastante o mento (ver na Primeira Parte da História do Reggae), diretamente ligado à matriz africana. Cantores como Eric Donaldson e Justin Hinds faziam parte desta leva, com fortes laços com o interior da ilha. Ao mesmo tempo, estava em gestação entre outros músicos e produtores um novo estilo, mais cosmopolita, que iria fazer com que o reggae alcançasse finalmente o público fora da Jamaica.

Bob Marley em 1974
Bob Marley e a internacionalização do reggae
  Até o início dos anos 1970, o ritmo de Jah estava restrito à sua terra natal e às comunidades jamaicanas encravadas nas grandes cidades inglesas, americanas e canadenses. Na mesma época em que o reggae nascia na Jamaica, os artistas exilados também começaram a produzir música, principalmente na Inglaterra, onde uma forte cena foi construída desde o final dos anos 1960 por nomes como Dandy Livingstone, Laurel Aitken, Winston Groovy e outros (que são assunto para outro artigo). Esta conexão inglesa se tornou uma ponte para o mercado internacional, que seria finalmente atingido com a ascensão do grupo conhecido como Bob Marley and The Wailers.
   Em 1971, depois de sete anos de carreira na Jamaica e sem conseguir com a música mais do que o minimamente necessário para a sobrevivência, os Wailers (Bob MarleyPeter Tosh e Bunny Wailer) juntaram algum dinheiro e fizeram apresentações pela Inglaterra, onde seu trabalho era razoavelmente conhecido. Lá foram abandonados pelos organizadores da excursão, mas conseguiram se salvar graças a um contato com o anglo-jamaicano Chris Blackwell, dono da gravadora Island. Tal encontro iria mudar o reggae para sempre e abrir as portas para que o ritmo jamaicano chegasse a lugares que seus idealizadores nunca imaginariam, como o Brasil.

Peter Tosh 
  O grupo assinou um rápido contrato com a Island e gravou na Jamaica as bases de um disco que foi trabalhado desde a concepção visando uma audiência específica: o público de rock. Para tanto foram realizadas várias adaptações no reggae roots. Para começar, este álbum, o hoje famoso “Catch a Fire”, foi gravado como uma unidade, enquanto que os álbuns de muitas faixas lançados na Jamaica eram na verdade compilações de compactos. Canções antigas como “Stir it Up”, de Marley e “Stop that Train” , de Peter Tosh, foram regravadas e outras foram compostas especialmente para o disco. A duração das faixas foi aumentada para quatro, até cinco minutos, contra três minutos em média para os reggaes produzidos anteriormente.
   Além disso o álbum foi remixado por técnicos ingleses nos equipamentos mais avançados da época, para que, entre outras coisas, fosse dado menos destaque ao baixo tocado por Aston “Family Man” Barret e Robbie Shakespeare (este último apenas na faixa "Concrete Jungle"). Também foram acrescentadas as linhas de guitarra do roqueiro Wayne Perkins, alguns teclados e uma percussão básica. Para finalizar o trabalho, muito tempo foi gasto para “limpar” o som e deixá-lo mais claro, dentro dos padrões internacionais.
  O que poderia ter resultado em uma espécie de “frankenstein musical” se tornou a gênese de um novo estilo do reggae. Porém o processo de adaptação do ritmo jamaicano ao gosto da audiência roqueira acabou também por influir na relação de Marley com Peter Tosh e Bunny Wailer. Blackwell queria promover o primeiro como a cara do grupo, pois queria divulgá-lo à maneira das bandas de rock (que sempre tinham um vocalista principal) e também porque achava o formato do trio vocal ultrapassado. A mudança de nome para Bob Marley and The Wailers foi o sinal de que o produtor conseguiu o seu intento. Os dois companheiros se sentiram deixados de lado e logo sairiam dos Wailers, deixando Marley livre para se tornar o primeiro superstar do Terceiro Mundo. O lado bom de tal rompimento foi que Tosh e Bunny também ganharam condições de desenvolver um trabalho solo excepcional, embora não tenham alcançado o sucesso comercial do antigo parceiro.

Os Wailers ensaiam no estúdio da Island em 1972
  O primeiro álbum de Bob Marley and The Wailers por uma grande gravadora estabeleceu novos padrões para o reggae. Ele praticamente criou um novo estilo, que o dub poet Linton Kwesi Johnson chamou de “reggae internacional” . É o modelo adotado por artistas oriundos dos Wailers como Peter Tosh, alguns dos herdeiros diretos de Marley, como os filhos Ziggy, Julian e Demian, além de artistas e grupos que estão na ativa hoje, como Burning Spear, Culture, Black Uhuru, Third World, Aswad e Steel Pulse.
  É o reggae internacional que serve como referência para a maioria das pessoas em todo o planeta, um estilo caracterizado pelo uso mais destacado da guitarra, dos teclados e dos instrumentos de sopro, uma versão do ritmo que faz mais concessões de apelo comercial, mas que não abre mão de alguns dos conceitos e mensagens caros ao gênero, como o entrelaçamento entre a mensagem espiritual e política.
  Apesar deste processo ter mantido algumas das características essenciais do estilo, a grande maioria das bandas jamaicanas que adotaram esta interpretação do reggae tiveram que fazer uma escolha entre o mercado interno da ilha e a audiência externa. Isso aconteceu porque, se o reggae internacional teve um impacto entre os artistas da Jamaica, também foi rejeitado pela maior parte do público local. Muitos artistas tiveram que emigrar para a Inglaterra ou para os Estados Unidos, enquanto outros adotaram uma “carreira dupla”, gravando álbuns para serem lançados no mercado externo através das grandes gravadores, enquanto colocavam nas lojas da Jamaica compactos mais sintonizados com o que estava sendo feito localmente.



Na colagem da revista americana Black Music é possível reconhecer Burnig Spear (terceiro da esq. para dir.), Big Youth (de óculos escuros), Toots Hibberts (com o microfone), Bob Marley (com a guitarra em punho), U Roy (de baseado na boca) e King Tubby (de coroa)


O reggae cresce e se multiplica


Jacob Miller (na foto cantando com o Inner Circle) participou do filme 'Rockers'

  Na segunda metade dos anos de 1970 apareceram os "Rockers", novos artistas como o instrumentistaAugustus Pablo, o baterista Sly Dunbar e os cantores Johnny Clarke e Hugh Mundell. Eles tentaram responder à internacionalização do reggae radicalizando a forma de tocar e os temas abordados nas letras, desacelerando o ritmo musical (aproximando-se do rocksteady) e afiando ainda mais as palavras. Curiosamente a maioria não esteve presente no filme "Rockers", lançado em 1978. Como este filme mostrou, a filosofia rasta estava no auge, fazendo com que muitos artistas se convertessem à causa. Inspirados por ela, grupos como Ras Michael and the Sons of Negus e o de Count Ossie faziam dos tambores nyabinghi, tocados nas celebrações rasta, a base do seu som. O rastafarianismo também influenciou as letras de músicas de praticamente todos os artistas do roots e suas cores (vermelho, dourado e verde) e seus símbolos, como o leão de Judah e a estrela de David, adornavam as capas dos discos e compactos que saíam na época.



Capa do compacto "Conquering Lion", de Yabby You

Os DJs (ou deejays) também entraram em cena. Artistas como U Roy e Big Youth ganharam este nome porque falavam por cima das letras de música como alguns disk-jóqueis das rádios. Sem ficarem presos aos temas clássicos das canções populares, agiam como comentaristas do cotidiano, logo alcançando grande popularidade e fazendo a transição inevitável para a gravação de suas próprias faixas. Esta foi a grande inovação que o reggae apresentou à música popular em termos de performance vocal, influenciando o aparecimento do rap alguns anos depois.
  Dessa forma, a música jamaicana estava ficando cada vez mais diversificada. Em cada esquina aparecia um estúdio novo e novos cantores, deejays e instrumentistas querendo mostrar o seu trabalho. A década de 1970 foi a época de maior investimento externo na indústria musical jamaicana, fazendo com que esta repercutisse ainda na cena mundial, tornando o reggae uma força inspiradora para a combalida música popular ocidental. Nesta época o reggae começou a ser ouvido em discos de mega-grupos de rock como os Rolling Stones e Led Zeppelin, passando pelos iconoclastas do punk, como The Clash e The Slits, até os artistas do chamado Terceiro Mundo, como Gilberto Gil no Brasil, Sonny Okusun na Nigéria e Alpha Blondy na Costa do Marfim.
Refluxo e retomada
  Entretanto o falecimento de Bob Marley em maio de 1981, que causou uma grande comoção em todo o mundo, trouxe um retrocesso na ascensão do reggae no mercado internacional. Muitos artistas foram dispensados pelas grandes gravadoras e tiveram que continuar suas carreiras sob novas bases. Ao mesmo tempo em que o roots praticado na ilha radicalizava a sua proposta – tanto nas letras que pregavam a derrubada do sistema como na química sonora dos “dubs” –, novidades tecnológicas começavam a chegar, como os sintetizadores que podiam substituir uma banda inteira.
  A situação política na Jamaica estava ficando cada vez mais tensa e os dois partidos rivais montaram milícias que levavam o país a um clima de guerra civil sempre que havia uma eleição. O político socialista Michael Manley (já falecido), que havia assumido o governo em 1972 renovando as promessas da época da independência, também havia falhado na sua tentativa de melhorar a dura vida dos ilhéus. Mais uma vez desiludido, o público voltou as costas para os artistas que tinham na mensagem revolucionária o seu tema principal, pois eram associados com o governo supostamente de esquerda de Manley.



  
  Este, de fato, havia usado canções do reggae como jingles eleitorais ("Better Must Come", de Delroy Wilson, é o exemplo mais citado, mas outras também foram usadas), tendo conseguido ganhar a confiança de parte dos rastafaris graças a manobras populistas, como ir até a Etiópia visitar o imperador Hailé Selassié I. O sistema bipartidário jamaicano deixava (deixa ainda) poucas escolhas para os eleitores. Assim, antes mesmo de perder o seu principal ídolo, os jamaicanos elegeriam, em 1980, o direitista Edward Seaga (que supostamente havia sido o mandante de um atentado à vida de Marley antes das eleições de 76), confirmando a impaciência do povo da ilha. Em 1985, os primeiros reggaes eletrônicos ganharam definitivamente a simpatia do público jamaicano (ver Dancehall), fazendo com que muitos artistas se adaptassem (como Gregory Isaacs) abandonassem a música (como o Culture, que depois retomou a carreira, ou grupos como os Ethiopians, Melodians, Cables etc ) ou partissem da Jamaica (como Burning Spear, Meditations etc).
Roots Hoje  
  A partir de então qualquer reggae que não usasse sintetizadores como base principal passou a ser conhecido como roots, colocando sob a mesma denominação tanto o reggae internacional, quanto o roots original. Enquanto o reggae internacional continuava se mantendo em patamares bem mais modestos de venda (mas experimentando sucessos isolados como o de Ziggy Marley, que finalmente abriu o mercado americano, chegando ao topo das paradas em 1988, impulsionado pelo sobrenome famoso), o estilo roots continuou no ostracismo durante o restante dos anos de 1980 e o começo dos anos de 1990.

Bob Andy
  Englobando os dois estilos citados acima, o roots reggae continua sendo o preferido pela grande maioria dos fãs do ritmo pelo mundo. Esta predileção foi reforçada pela onda de reedições que se seguiu à substituição dos discos de vinil pelos CDs e agora toma novo fôlego com os retomadas de várias bandas como os já citados Meditations e o interesse despertado por veteranos como Lee Perry e Bob Andy (foto acima). Muitos vêem este período como o mais importante e influente da música jamaicana, um ponto-de-vista contra o qual pode parecer difícil argumentar. Talvez o reggae naquele tempo fosse melhor trabalhado e elaborado do que o de hoje (até porque envolvia ainda mais instrumentistas). No entanto parece ser mais exato dizer que aquela era a música que melhor traduziu o seu lugar e época. Por isso ela continua cativando admiradores em todo o mundo com uma força poucas vezes igualada.

Luciano 
  Tal força criou uma nova situação que desafia os limitados rótulos e classificações cronológicas que podemos criar para melhor explicar a música que amamos, enquanto ilumina o que pode ser o futuro do reggae. Isso porque, nos últimos anos, o reggae jamaicano vem experimentando um resgate dos valores e dos ritmos do roots. Os antigos riddims (ver Rocksteady) estão sendo retomados com maior intensidade e uma nova geração, composta por artistas como Luciano (foto acima), Yami Bolo, Sister Carol, Capleton, Morgan Heritage, Everton Blender, Tony Rebel e o novíssimo Warrior King, vêm apresentando o que pode ser chamado de modern roots. Este estilo traz a mensagem política e religiosa do reggae dito tradicional, sem abdicar das facilidades tecnológicas, embora não abram mão de usar instrumentistas reais em suas músicas.

Para concluir

    A dificuldade que estes artistas talentosos experimentam para serem aceitos fora da Jamaica sugere quepode estar havendo um foco excessivo no passado do reggae por parte do público e da imprensa. É algo que deve ser lamentado também por estar impondo uma fórmula de se compor e tocar o ritmo de Jah, que vem sendo seguida em todo o mundo e vem uniformizando um gênero que cresceu sendo instigante, desafiador e revolucionário. Embora muitos utilizem a música local como um tempero para o reggae, este ainda está preso naquela estrutura tradicional, que já tem mais de trinta anos. O valor cultural, a força musical e a mensagem do roots reggae jamais serão esquecidos e representam hoje muito do que o ritmo de Jah pode oferecer ao mundo, mas não tudo. Transformar tão bela manifestação em um dogma cultural é negar a sua essência e enfraquecer o seu impacto nas gerações vindouras.

Viva o roots ! Longa vida ao reggae!

Muito mais poderia ser escrito sobre o roots reggae, mas deixamos para outros artigos, onde outros aspectos serão abordados. Leia mais sobre o estilo roots acompanhando as biografias de alguns dos artistas citados nesta matéria. Basta checar os links na lista de artistas abaixo.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

andre m 7

O que é o Reggae 
O Reggae é um gênero musical que tem suas origens na Jamaica. O auge do reggae ocorreu na década de 1970, quando este gênero espalhou-se pelo mundo. É uma mistura de vários estilos e gêneros musicais: música folclórica da Jamaica, ritmos africanos, ska e calipso. Apresenta um ritmo dançante e suave, porém com uma batida bem característica. A guitarra, o contrabaixo e a bateria são os instrumentos musicais mais utilizados.
As letras das músicas de reggae falam de questões sociais, principalmente dos jamaicanos, além de destacar assuntos religiosos e problemas típicos de países pobres.
O reggae recebeu, em suas origens, uma forte influência do movimento rastafari, que defende a idéia de que os afrodescendentes devem ascender e superar sua situação através do engajamento político e espiritual.
Evolução do Reggae 
Na década de 1950, começam surgir os grandes nomes do reggae como, por exemplo, Delroy Wilson, Bob Andy, Burning Espear e Johnny Osbourne, e as bandas The Wailers, Ethiopians, Desmond Dekker e Skatalites. Nesta época, grande parte das rádios da Jamaica, de propriedade de brancos, se recusavam a tocar reggae. Somente a partir da década de 1970, o reggae toma corpo com cantores que ganham o mundo da música. Jimmy Cliff e Bob Marley tornam o reggae um estilo musical de sucesso no mundo todo. Em 1971, a música I Can See Clear Now de Johnny Nash, assume o topo na parada musical de várias rádios na Inglaterra e Estados Unidos.
Os anos 70 (década de 1970) foi a época dos grandes sucesso do reggae. Várias músicas marcaram época e alcançaram o topo na lista de sucesso das rádios: I Shot the Sheriff  (versão de Eric Clapton ), Peter Tosh com Legalize It e No Woman , No Cry de Bob Marley.
Vários cantores e bandas passam a incorporar o estilo reggae a partir dos anos 80 (década de 1980). Eric Clapton, Rolling Stones e Paul Simon fazem músicas, utilizando a batida e a sonoridade dançante e suave. Atualmente, vários cantores e bandas fazem sucesso nesse gênero musical : Ziggy Marley, Beres Hammond, Pulse, UB 40 e Big Mountain.
Reggae no Brasil
Foi na região norte do Brasil que o reggae entrou com mais força. No estado do Maranhão, principalmente na capital São Luís, é comum a organização de festas ao som de reggae. Na década de 1970, músicos como Gilberto Gil e Jorge Ben Jor são influenciados pelo estilo musical jamaicano. Na década de 1980, é a vez do rock se unir ao gênero da Jamaica, nas letras do grupo Paralamas do Sucesso.
Na década de 1990, surgem vários músicos e bandas. Podemos citar como exemplo : Cidade Negra, Alma D'Jem, Tribo de Jah, Nativus e Sine Calmon & Morro Fumegante
Já não se faz mais Reggae como antigamente. Essa frase pode parecer antiga e comum, mas retrata muito bem o momento em que o cenário musical de nosso país se encontra. O Reggae virou um produto e, muito ruim em sua grande maioria. Mesmo sendo ruins, estes produtos só estão na “crista da onda”, pois tem público para consumi-lo, e o maior responsável por essa mercadoria pobre é a mídia sem escrúpulos, que faz uma tremenda “lavagem cerebral” nos ouvintes, que não têm a oportunidade de escutar o que chamamos de verdadeiro “Reggae Music”, seja roots ou não. Dessa maneira, o público é obrigado a se contentar com o que é divulgado e não pode conhecer os pioneiros do ritmo de jah.
Artistas como U Roy, que iniciou animando os bailes como DJ de sound-systems, ou também o vendedor de discos paraense, o dono de radiola Riba Macedo, que começou a tocar o reggae entre os forrós e merengues em São Luís. Sem falar nos jurássicos nacionais, Chico Evangelista, que cantou o “Reggae da Independência”, e Raimundo Sodré, famoso graças ao reggae “A Massa”. Edson Gomes na Bahia, Luís Vagner, Jualê, Walking Lions e João Terra em São Paulo, Dionorina, Ras Bernardo no subúrbio do Rio e tantos outros que eu poderia citar, os “bambas do Reggae”, estão esquecidos pelos meios de comunicação de massa.
Fora alguns que nunca nem ouvimos falar, e que infelizmente, não estão mais entre nós, mas jamais poderiam cair no esquecimento. Suas músicas representam o que há de melhor. São riquezas na qual quem viveu à época, sente a falta. Até porque o bombardeio de canções com linhas melódicas pobres e letras descaracterizadas é tão grande, que o Reggae virou um verdadeiro modismo. O que reclamo é justamente a falta de bom senso da mídia e produtores que não dão chance para convivermos com o bom gosto e o ridículo. Hoje em dia só podemos conviver com a segunda opção, fazendo com que nossas mentes se tornem vagas e aceitemos com mais facilidade coisas pobres e sem nexo.
É preciso acordar! Não vamos deixar os saudosos e verdadeiros pioneiros do Reggae Nacional no esquecimento. Chega de desgastar a imagem de Bob Marley com um mês de Tributos à esmo que promovem a contradição de seus pensamentos!
Será que só os “gringos” enxergam a nossa boa música? Se vocês repararem, em cada estilo musical há um grupo ou cantor que levantou a bandeira e representou em grande estilo a camisa desse time. Já chega de descaso. Só em nosso país, enfrentamos o descaso das autoridades na saúde, na segurança, na educação e em outras áreas que não preciso nem citar. No Reggae, nem que tenhamos que voltar a ser underground, mas ainda é tempo de mudar!

andre m 7

O Reggae no Brasil

                                                O Reggae no Brasil

O reggae está presente no Brasil há muito tempo, mas se desenvolveu de forma diferenciada em cada região, situação que se reflete hoje na forma como ele é compreendido e aceito no país. Um estudo histórico rigoroso sobre como o ritmo jamaicano chegou a nossas praias e praticamente se incorporou à cultura brasileira ainda está para ser feito, mas podemos traçar alguns caminhos para entender como chegamos até aqui.
Talvez o nosso primeiro contato com o reggae tenha sido a apresentação de Jimmy Cliff em um dos Festivais Internacionais da Canção, que aconteceram no fim dos anos 60. Logo depois Caetano Veloso cantaria que desceu a Portobello Road, em Londres, ao som do reggae, o que foi estabelecido como a primeira menção à palavra "reggae" na música brasileira (e não o primeiro reggae composto aqui, como alguns chegam a escrever). Vale dizer que nesta época tal nome só era conhecido entre os jamaicanos e seus descendentes que moravam em Londres e outras cidades inglesas (e no Canadá, Estados Unidos etc). Experiências com o ritmo foram tentadas por Jards Macalé, Luís Melodia e outros, mas foi Gilberto Gil quem levou tal influência mais a sério, vendendo mais de 500 mil cópias do compacto de "Não chores mais", a versão de "No woman no Cry", de Bob Marley.
Enquanto isso no Pará, Maranhão e na Bahia, o reggae também começava a conquistar corações e mentes da população, o que pode ser explicado pela semelhança dos ritmos locais com o da ilha caribenha, que afinal vieram da mesma raiz, a mãe Africa. Apresentado ao ritmo por um vendedor de discos paraense, o dono de radiola Riba Macedo começou a tocar o reggae entre os forrós e merengues que tocava em São Luís. Logo o som caiu nas graças dos maranhenses. No Rio, São Paulo e Belo Horizonte, alguns bailes reggae têm lugar na periferia. Júlio Barroso (aliás o disco que Riba Macedo levou primeiro para o Maranhão foi o "Reggae Frontline", que teve as notas escritas por este jornalista e vocalista da banda Gang 90,falecido em 84), no Rio e Otávio Rodrigues, em SP, começam a divulgar o ritmo no sulmaravilha. Os primeiros discos foram lançados por aqui. Chico Evangelista canta o "Reggae da Independência" e Raimundo Sodré fica famoso com o reggae "A Massa", cantado num festivaL no início dos anos 80. Bob Marley vem ao país e promete voltar com o Inner Circle para uma turnê em toda a América Latina. Peter Tosh se apresenta com grande sucesso no Festival de Jazz de São Paulo. O reggae parece que vai decolar de vez em nossas terras. Mas a tragédia acontece: Marley morre de câncer aos 36 anos, em 11 de maio de 1981. Para muitos é a morte do reggae.
Nem a vitoriosa turnê de Gil com Jimmy Cliff pelo país consegue convencer as gravadoras e os meios de comunicação do contrário. Sobre a turnê, uma revista de (des)informação publica um artigo dizendo algo como "agora que o reggae morreu ele chega ao Brasil". Os discos pararam de chegar como antes. Sorte dos donos de radiola no Maranhão, que começam a ganhar dinheiro trazendo discos de reggae de fora para tocar nos bailes, cada vez mais populares. É a cultura da "exclusividade" que até hoje vigora por lá.
Marginalizado, o reggae se recolheu ao underground, mas não ficou parado. As primeiras bandas e fã-clubes brasileiros começam a surgir. Marco Antônio Cardoso funda o Fã-Clube Bob Marley de São Paulo e Mariano Ramalho o do Rio. Em Belo Horizonte Mauro França inicia o Fã-clube Massive Reggae. Em Recife aparece o Grupo Karetas. Edson Gomes na Bahia, Luís Vagner, Jualê e os Walking Lions em São Paulo começam a sua trajetória. Muitos outros grupos aparecem a partir da segunda metade dos anos 80, em grande parte por causa do estouro dos Paralamas do Sucesso, que sempre tiveram uma grande influência do reggae em sua música (o baixista Bi Ribeiro tem uma das maiores coleções de discos de reggae do país). No Maranhão, surge a Tribo de Jah. Os programas de rádio também tiveram grande influência na divulgação do reggae. Vale citar o "Batmacumba", do Nelson Meirelles e os programas de Maurício Valladares, no Rio, "Reggae Raiz", dos sólidos Jai Mahal e China Kane (até hoje no ar, na Brasil 2000), "Disco Reggae", de Otávio Rodrigues, de São Paulo, "Reggae Special", de Ray Company (também no ar até hoje, na Ouro Negro FM) em Salvador e muitos outros (como as dezenas de programas que existem há anos em São Luís, produzidos por radialistas como Fauzi Beydoun - líder da Tribo de Jah, Carlos Nina, Ademar Danilo, entre outros).
Nos anos 90 os shows internacionais voltaram a acontecer no país, graças aos esforços de batalhadores como Geraldo Carvalho, de Curitiba, e outros que mostraram que o reggae ao vivo tem mercado no Brasil. Bandas como Cidade Negra e Skank levaram o ritmo a um novo público, fazendo sucesso em todo o país e iniciando carreira internacional. Tribo de Jah e Edson Gomes também levam um grande público a suas apresentações. O número de bandas se multiplicou e citar todas seria impossível, o mesmo acontecendo com as pessoas que batalharam e batalham pela divulgação do reggae (como Gilberto Gil, que sempre toca versões de Marley em seus shows). Apesar da má-vontade das gravadoras e dos programadores de rádio, o ritmo de Jah possui um público cativo no Brasil que só tende a crescer, passando ao largo dos modismos que marcaram o mercado musical brasileiro nos últimos anos. Presente na maior parte do Brasil real e no virtual o reggae ainda vai dar muito o que ouvir, ver, ler, cantar e falar.

Quem era Bob Marley?

                                          A História

 O jamaicano é considerado um Deus para todos aqueles que gostam de reggae, já que foi ele que tirou o ritmo da Jamaica e levou para o mundo. Filho de uma jovem jamaicana com um inglês de meia idade, Bob se interessou por música quando em 1950, foi morar em uma favela de Kingston, capital da Jamaica.Suas principais influências no começo da carreira foram Ray Charles e Curtis Mayfield, que conheceu junto com seu amigo Bunny. Com ajuda de um cantor chamado Joe Higgs, os dois acabaram conhecendo Peter McIntosh. Pouco tempo depois, os três vieram formar o grupo “Wailling Wailers”.Em 1962, o empresário Leslie Kong conheceu Marley e gravou algumas músicas com ele. Ao mesmo passo que “Wailing Wailers" chamou a atenção do rastafári Alvin Patterson que, os apresentaram para o produtor Clement Dodd. No ano seguinte foi lançado o primeiro single do grupo.Bob se casou e viajou para os Estados Unidos, onde sua mãe passou a morar. Na volta, a banda mudou de nome, passando a se chamar apenas “The Wailers”. Com ajuda do cantor americano Johnny Nash, o grupo gravou em 1971 o primeiro álbum que levou o nome de “Catch A Fire”.Em 1972 o grupo realizou uma turnê na Inglaterra e nos Estados Unidos. No mesmo ano foi lançado o álbum “Burnin”, que continham sucessos como "I Shot The Sheriff". Os próximos dois discos receberam o nome de “Rasta Revolution” e “Natty Dread” ambos de 1974. Este último continha "No Woman, No Cry", a canção que projetou o músico rastafári aos quatros cantos do mundo.Em 1975, o álbum “Rastaman Vibrations” alcançou o top das paradas nos Estados Unidos. O sucesso começou a incomodar e ele sofreu uma tentativa de assassinato no ano seguinte. O susto serviu para que ele atravessasse o oceano para ir morar em Londres, aonde viria a gravar o incrível “Exodus”.Bob Marley ainda chegou a visitar a África e lançou mais três álbuns: “Kaya”, “Survival” e “Uprising”, antes da sua morte precoce em 1981, com 36 anos. Com música e um discurso de paz, Bob encantava e encanta pessoas no mundo todo.


terça-feira, 16 de agosto de 2011

Artistas de ontem e hoje Que cantam ou cantaram Reggae

Aí a lista de artistas e bandas que marcaram a História do Reggae ontem e Hoje :
Adão Negro : Banda de Salvador na Bahia tem sua formação desde março de 1996, todos músicos da noite, começaram sua batalha em 1997 quando abandonaram definitivamente suas carreiras individuais da noite para consagrar assim então a Banda ADÃO NEGRO. ;
Bob Marley  : Robert Nesta Marley, mais conhecido como Bob Marley (Saint Ann, 6 de fevereiro de 1945 — Miami, 11 de maio de 1981) foi um cantor, guitarrista e compositor jamaicano, o mais conhecido músico de reggae de todos os tempos ;
Chimarruts : É uma banda brasileira de reggae formada em Porto Alegre (RS) no ano de 2000. A idéia de formação de uma banda surgiu primeiramente com o vocalista Rafael Machado e que logo contagiou seus mais próximos amigos;
Cidade Negra : Desde quando a Baixada Fluminense, famosa por sua pobreza e violência crescente, é lugar para se fazer reggae? Desde que lá surgiu um grupo chamado Cidade Negra, formado por fãs do consagrado ritmo jamaicano. Da Gama (guitarra), Bino (baixo), Lazão (bateria) e Ras Bernardo (voz) buscavam inspiração no seu tenso cotidiano para levantar a voz dos artistas de rua, de um povo sem chance de reivindicações ; 
Diamba : Há 12 anos na estrada, a banda Diamba se tornou uma das referências do reggae music na Bahia. Ao fazer um balanço desse período, o grupo considera que o estilo permite as conexões e a democratização com outros ritmos, o Reggae in Evolution ;
Edson Gomes : Nascido em Cachoeira, a 120 km de Salvador, Edson Gomes pensava em ser um craque de futebol. Aos 16 anos, porém, a tendência musical foi mais forte e ele abraçou a carreira artística, ao ganhar o 1º lugar em um festival estudantil de um colégio estadual ;
Edu Ribeiro : Nascido em 17 de Setembro de 1976 no bairro da Lapa, em São Paulo, Carlos Eduardo Ribeiro passou a primeira metade da sua infância no município de Taboão da Serra, zona Sul de São Paulo ;
Gregory Isaacs : Um dos principais nomes da música jamaicana,Isaacs deu início à sua carreira na década de 70, incentivado por Alvin Ranglin, que praticamente detinha o monopólio da produção cultural do país. Sempre aliando o reggae a elementos da música romântica ;
Natiruts : Natiruts é uma banda brasileira de reggae formada em Brasília em 1996. Chamada inicialmente Nativus, a banda de reggae foi rebatizada de Natiruts devido a um grupo catarinense de música regional, Os Nativos, que entrou com um processo;
Tribo de Jah : O grupo foi formado na Escola de Cegos do Maranhão onde se conheceram os quatro músicos cegos e um quinto músico com visão parcial (apenas em um olho), lugar em que viviam em regime de internato, começaram a desenvolver o gosto pela música improvisando ;
Ziggy Marley : Ziggy Marley nasceu em Trenchtown, 17 de Outubro de 1968 é cantor e compositor. Sendo um dos 13 filhos de Bob Marley, baptizado pelo nome David Nesta "Ziggy" Marley aproximou-se do reggae incitado pelos hinos do pai.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

REGGAE

Etimologia

A edição de 1967 do Dictionary of Jamaican English ("Dicionário de inglês jamaicano") lista reggae como "a recently estab. sp. for rege", as in rege-rege, a word that can mean either "rags, ragged clothing" or "a quarrel, a row". ("uma grafia recentemente estabelecida de rege", como em rege-rege, palavra que pode significar tanto "farrapos", "roupas rasgadas" quanto "uma confusão", "uma discussão".)
Como um termo musical apareceu pela primeira vez no hit de 1968 "Do the Reggay", dos Maytals, porém já era usado em Kingston, capital da Jamaica, como nome de uma dança mais lenta e de um estilo de rocksteady. Como declarou o artista do gênero Derrick Morgan:
Não gostávamos do nome 'rock steady' ("rock constante"), então tentei algo diferente numa versão de "Fat Man". A batida foi mudada novamente, e o órgão usado para assustar. Bunny Lee, o produtor, gostou daquilo. Ele criou o som com o órgão e a guitarra base. Soava como 'reggae, reggae', e aquele nome pegou. Bunny Lee começou a usar a palavra e logo todos os músicos estavam dizendo 'reggae, reggae, reggae'.
O historiador do reggae Steve Barrow credita a Clancy Eccles a alteração do termo streggae ("mulher fácil"), do patois jamaicano, para reggae. Toots Hibbert, no entanto, disse:
Existe uma palavra que usávamos na Jamaica, 'streggae'. Se uma garota estiver passando e os caras olharem para ela e disserem 'Man, she's streggae', significa que ela não se veste bem, parece esfarrapada. As garotas diziam isso sobre os homens também. Certa manhã eu e meus dois amigos estávamos tocando, e eu disse 'OK man, let's do the reggay.' Foi apenas algo que saiu da minha boca. E então começamos a cantar 'Do the reggay, do the reggay', e criamos uma batida. As pessoas me disseram mais tarde que tínhamos dado um nome ao som. Antes daquilo as pessoas o chamavam de blue-beat e todo tipo de coisa. Agora está no Guinness World of Records.
Bob Marley teria alegado que a palavra reggae veio de um termo espanhol que se refere à "música do rei".Os comentários em To the King, uma compilação de música gospel reggae cristã, sugere que o termo viria do latim regi, "para o rei".

Precursores

Embora tenha sido influenciado fortemente pela música tradicional africana e caribenha, assim como pelo rhythm and blues americano, o reggae traça sua origem direta ao desenvolvimento progressivo do ska e do rocksteady na Jamaica da década de 1960.
O ska surgiu pela primeira vez nos estúdios da Jamaica entre os anos de 1959 e 1961, desenvolvendo-se a partir de um gênero anterior, o mento. O ska caracteriza-se por uma linha de walking bass, ritmos acentuados da guitarra ou do piano no tempo fraco, e, por vezes, riffs jazzísticos nos metais. Além de sua imensa popularidade entre os adeptos da moda rude boy, no país, o estilo conquistou muitos adeptos entre os mods, na Grã-Bretanha, a partir de 1964. De acordo com Barrow, os rude boys começaram a tocar deliberadamente os seus discos de ska a meia velocidade, preferindo dançar mais lentamente como parte de sua imagem de durões.
Em meados da década diversos músicos já haviam começado a tocar o ska num andamento mais lento, enfatizando a linha de baixo e os tempos fracos. O som mais lento foi chamado de rocksteady, o nome de um single de Alton Ellis. Esta fase da música jamaicana durou apenas até 1968, quando os músicos começaram a deixar ainda mais lento os andamentos das músicas, e lhes acrescentaram ainda mais efeitos; isto levou à criação do reggae.

História

A mudança do rocksteady para o reggae foi ilustrada pelo shuffle de órgão cujo pioneiro foi Bunny Lee, destaque nos singles de transição entre os dois gêneros, "Say What You're Saying" (1967), de Clancy Eccles, e "People Funny Boy" (1968), de Lee "Scratch" Perry. A faixa de 1967 dos Pioneers, "Long Shot Bus' Me Bet", já foi identificada como o exemplo mais antigo do novo ritmo que ficaria conhecido como reggae. No início de 1968 as primeiras gravações de reggae foram feitas: "Nanny Goat", de Larry Marshall, e "No More Heartaches", dos Beltones. O hit de 1968 "Hold Me Tight", do artista americano Johnny Nash, recebeu o crédito de ter colocado o reggae pela primeira vez nas paradas de sucesso dos Estados Unidos. O reggae começou a aparecer também no rock; um exemplo de canção do gênero que tinha uma levada de reggae foi "Ob-La-Di , Ob-La-Da", dos Beatles, de 1968.
The Wailers, uma banda fundada por Bob Marley, Peter Tosh e Bunny Wailer em 1963, geralmente é tido como o grupo mais conhecido mundialmente a ter feito a transição por todos os três estágios da evolução do reggae - desde hits de ska como "Simmer Down", para o rocksteady mais lento, até o reggae. Além do Wailers, outros pioneiros importantes do gênero foram Prince Buster, Desmond Dekker, Jackie Mittoo, entre outros.
Os produtores jamaicanos foram influentes no desenvolvimento do ska para o rocksteady e o reggae na década de 1960. Alguns dos mais célebres produtores foram Coxsone Dodd, Lee "Scratch" Perry, Leslie Kong, Duke Reid, Joe Gibbs e King Tubby. Um destes primeiros produtores foi Chris Blackwell, fundador da Island Records em 1960, que se mudou para a Inglaterra em 1962, onde continuou a promover a música de seu país, formando uma parceria com a Trojan Records, fundada por Lee Gopthal em 1968, e que lançou obras de reggae no Reino Unido até 1974, quando foi comprada pela Saga. E pra compensar , já existindo um grupo amante de música negra os Mod, fez então chamar atenção desses jovens aos seus shows na Inglaterra , e dali surgindo um novo estilo de vida o Skinhead
O filme The Harder They Come, de 1972, com Jimmy Cliff, gerou popularidade e um interesse considerável para o reggae nos Estados Unidos e, consequentemente, no resto do mundo; o cover de 1974 da canção "I Shot the Sheriff", de Bob Marley, feita pelo guitarrista inglês Eric Clapton, ajudou a trazer o reggae ainda mais para o mainstream. A partir da metade da década de 1970 o reggae começou a obter cada vez mais tempo de execução nas rádios do Reino Unido, especialmente no programa de John Peel. A chamada "Era de Ouro do Reggae" corresponde aproximadamente ao dias de glória do roots reggae, o chamado "reggae de raiz". Na segunda metade da década a cena punk do país começou a se formar, e alguns DJs de punk costumavam tocar canções de reggae durante suas apresentações. Algumas bandas de punk incorporaram influências do reggae em sua música, e ao mesmo tempo o gênero começou a passar por uma espécie de renascimento no Reino Unido, que prosseguiu até a década seguinte, exemplificado por grupos como Steel Pulse, Aswad, UB40 e Musical Youth. Entre outros artistas de reggae que gozaram de um destaque internacional no início da década de 1980 estão Third World, Black Uhuru e Sugar Minott. Os Prêmios Grammy introduziram a categoria de melhor álbum de reggae em 1985.

Reggae e sociedade

Original da década de 1960, o ritmo divide-se em dois subgêneros, o "roots reggae" (raízes do reggae) e o "dancehall reggae", que é originário da década de 1970. O reggae é constantemente associado ao movimento religioso rastafari, que, de fato, influenciou muitos dos músicos apologistas do estilo reggae nas décadas de 1970 e 1980. De qualquer maneira, o reggae trata de vários assuntos, não se restringindo à cultura rastafariana, como o amor, o sexo e principalmente a crítica social.
Uma das características que podem caracterizar o reggae é a crítica social, como por exemplo cantar a desigualdade, o preconceito, a fome e muitos outros problemas sociais.